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Passinho como fonte de renda

O passinho do maloka do Recife hoje é uma fonte de renda para os dançarinos, graças à viralização nas redes sociais, tornando-se um escape para enfrentar a crise econômica que o País encara. Segundo uma pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que analisa períodos móveis (novembro, dezembro, janeiro; fevereiro, março e abril) o número de pessoas desocupadas chegou a 13,2 milhões, uma alta de 4,4% em relação ao trimestre anterior.

Márcio de França, conhecido como “Soldado do passinho” componente do grupo os Maloka de Peixinhos é uma dessas pessoas que, desempregadas, passou a ter alguma renda graças às atividades com o passinho. De acordo com o dançarino, hoje, o grupo faz em média três shows durante a semana e nos finais de semana, cerca de cinco.

 Além disso, o dançarino Binho França e a dançarina Victoria Marley afirmam que ainda tem os patrocínios das lojas de roupas, sapatos e até mesmo lanchonete.  “Hoje eu tenho minhas coisas, não falta nada em casa e quando falta eu posso falar com um dos patrocinadores, tem muita gente aqui no bairro que me ajuda”, comentou o dançarino.

 

Confira no vídeo o relato dos dançarinos sobre o Passinho como fonte de renda: 

“O Passinho do Maloka não se tornou uma fonte de renda apenas para os dançarinos e sim, para o grupo que arruma a festa, a tia que vende cachorro quente na saída dos shows e fora isso, proporcionou crescimento no lucro das lojas que vendem roupas com o estilo dos dançarinos. Falta esse entendimento de pensar o passinho como um sistema de economia criativa”, comentou GG Albuquerque, pesquisador de brega funk pela UFPE. Ele tem razão, a loja Braba de Milionário, localizada no Arruda, foi criada pelos Mc’s Shevchenko e Elloco e se tornou referência na música e no estilo para os admiradores e praticantes

A marca foi criada por volta de 2008 para que ele e sua dupla pudessem inventar e apresentar um estilo próprio em seus clipes. “Queríamos criar o estilo da gente. Como rapper de fora que sai fazendo a própria marca”, afirmou Elloco em entrevista para o site Vice.

“Antigamente eu usava muito Quiksilver, Shev usava muito Nike — tanto que eu era conhecido como Shevchenko da Nike & Elloco da Quik. Mas eu queria era me destacar. Tanto que a primeira roupa que a gente fez era uma camisa preta aí botou o 24 em amarelo limão e o 48 rosa”, completa.

Até o momento a marca possui duas coleções. A primeira é a Sem Olhar, que traz o universo das peladas de futebol em estampas como “jogador não olha pra foto” e “pela passada é jogador”. A outra é a Eu Tô Só Calado, bordão da dupla que sintetiza o perfil come quieto. Ou como diz uma frase recorrente em seus posts no Instagram: “Nóis trabalha no silêncio e deixa o sucesso fazer barulho.”

 

A loja, referência no mercado do Passinho, destaca-se pela exclusividade, seu perfil no Instagram chega a 61k seguidores. Atualmente na Braba  de Milionário, uma regata custa R$ 50, o boné sai por R$ 70 e uma bolsa lateral está em torno R$ 150.

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Loja 'Braba de Milionário'. Foto: Reprodução

O estilo do Passinho

Bigodin finin e cabelin na régua. Inspirados na música Nego Ney, do DJ Lindão e Nego Ney, os dançarinos do Passinho criaram seu próprio estilo. Com meias estampadas até a panturrilha, bermudas coloridas e camisas de uniforme, o Passinho vem ditando sua própria moda. 

 

Se liga no vídeo que mostra um pouco do estilo dos dançarinos de Passinho:

 

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